DISSERTAÇÕES

DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO E QUESTÃO REGIONAL: trajetória das desigualdades e suas relações

Abraão Neiver de Miranda Azevedo

Resumo: A presente dissertação trata da Divisão Sexual do Trabalho e Questão Regional: trajetória das desigualdades e suas relações. A pesquisa tem como objetivo analisar como a Divisão Sexual do Trabalho e a Questão Regional se relacionam e se configuram na sociedade brasileira de forma desigual. É uma tentativa de visualizar a relação entre estas duas grandes categorias de maneira interdependentes e apontar para uma possibilidade de entendimento sobre os reflexos da organização sexual do trabalho no contexto das diferenças regionais pelo sistema capitalista de ideologia, cada vez mais, neoliberal. A metodologia fundamenta-se na sociologia reflexiva, e utiliza a pesquisa bibliográfica, documental e de campo, subsidiada pelo levantamento dos dados oficiais disponíveis. Inicialmente, realizam-se a demarcação do objeto, dos objetivos, da justificativa da pesquisa, do percurso metodológico e a organização da dissertação; analisa-se os princípios e concepções da Questão Regional no contexto histórico; identifica-se como ocorre a dinâmica da Divisão Sexual do Trabalho no Brasil no contexto da Questão Regional por meio de dados oficiais disponíveis; analisa-se de que forma o Programa Mulheres Mil se insere na Divisão Sexual do Trabalho e na Questão Regional a partir da visão dos sujeitos investigados.

Palavras-chave: Desenvolvimento Socioespacial Regional. Questão Regional. Divisão Sexual do Trabalho. Movimento Feminista. Programa Mulheres Mil.

 

A DITADURA EM QUADROS E QUADRINHOS: Aplicação escolar do paradidático ―Piada Pronta a partir da linguagem iconográfica da crítica ilustrada sobre a ditadura empresarial-militar brasileira (1975-1985)

Adriano Negreiros Da Silva

Resumo: Este trabalho visa analisar as peculiaridades e importâncias dos discursos da crítica ilustrada (charge, cartum, caricatura e tira) presente em jornais (grande imprensa e imprensa alternativa) no último decênio da ditadura empresarial-militar brasileira (1975-1985) na cidade de São Luís, Maranhão. Logo, nesse período ditatorial, sustenta-se que a crítica ilustrada da imprensa alternativa ludovicense expressava um conteúdo crítico local estendido ao contexto nacional (A Folha de São Luís e Baú de Cartuns) e o humor gráfico da grande imprensa ludovicense (O Estado do Maranhão e Jornal Pequeno) detinha traços amistosos, apologistas e/ou eventualmente questionadores sobre o cenário político nacional à conveniência do momento, adquiridos de grandes jornais do sudeste (maioria) e também produzidos por seus chargistas locais (minoria). Assim, a partir dessa perspectiva de análise pretende-se contribuir para o desenvolvimento de novas práticas docentes no ensino da ditadura empresarial-militar do ensino de História, pois foi elaborado um material paradidático (revista de humor chárgico) direcionado ao ensino fundamental (9º ano) com linguagem dinâmica que viabilize o desenvolvimento dos estudantes com posturas críticas e reflexivas mediante a interação entre passado e presente, ou seja, intenta-se que os alunos gradualmente possam ler, compreender e ter uma postura questionadora, reflexivo-construtiva, dessa época histórica brasileira antidemocrática por meio da linguagem não usual da iconografia conciliada ao humor.

Palavras-chave: Ensino de História; Crítica Ilustrada; Ditadura Empresarial-Militar.

 

A CAMPANHA ECOLÓGICA DO COMITÊ DE DEFESA DA ILHA DE SÃO LUÍS (1980-1984): uma proposta pedagógica para a integração entre Educação Ambiental e Ensino de História

Ana Raquel Alves De Araújo

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo discutir a inserção da educação ambiental no ensino de história a partir da trajetória do primeiro movimento ecológico maranhense, o Comitê de Defesa da Ilha de São Luís. Esse movimento surgiu em 1980 e empreendeu uma campanha contra a instalação de uma sucursal da ALCOA (Aluminium Company of American), considerada a transnacional mais poderosa do setor de fabricação de alumina e de alumínio primário. Inicialmente, foram discutidos os fundamentos da questão ecológica, e suas consequências, como a proposição da educação ambiental. A pesquisa bibliográfica foi a metodologia utilizada para analisar o surgimento dos novos movimentos sociais no Brasil durante a Redemocratização, incluído o movimento ecológico. Posteriormente, foi realizada a análise de fontes da imprensa escrita, especificamente reportagens do “Jornal Pequeno”, para a construção da trajetória do Comitê entre os anos de 1980 e 1984. Os resultados da pesquisa possibilitaram a escrita de sugestões para o uso da temática em sala de aula permitindo a inserção da educação ambiental no componente curricular de história.

Palavras-chave: Ensino de História; Educação Ambiental; Movimento Ecológico; Comitê de Defesa da Ilha de São Luís; Redemocratização.

 

HISTÓRIA POLÍTICA, BIOGRAFIA E IMPRENSA: uma nova ferramenta para Ensino de História do Maranhão Contemporâneo por meio da Trajetória Política de José Sarney (1950-1970).

Drielle Souza Bittencourt

Resumo: Este trabalho tem como objetivo principal a construção de um guia didático para professor de História do Ensino Médio, que tratará sobre a trajetória política de José Sarney, de 1950 a 1970. A hipótese central é que através do estudo sobre a biografia política de Sarney, também poderá ser compreendida a História Política do Maranhão. Os materiais adotados nas escolas maranhenses privilegiam a História do eixo sul-sudeste, dessa forma, a História do Maranhão carece de materiais didáticos e paradidáticos. Na construção da biografia política e, consequentemente, do guia didático, serão utilizados como fontes principais os jornais maranhenses O Imparcial, Jornal Pequeno e Jornal do Dia que, além de fontes, também são sujeitos históricos dos fatos aqui analisados, pois têm uma atuação bastante significativa. O uso dos jornais se justifica pela orientação teórica aqui adotada, centrada nos escritos do filósofo italiano Antonio Gramsci, que analisa o Estado de forma ampliada, ou seja, entre Sociedade Política e Sociedade Civil há uma forte interação, na última estão presentes os Aparelhos Privados de Hegemonia, neste trabalho os jornais, que incidem na formulação do consenso para nacionalizar o projeto político e econômico de uma classe (ou fração dela). Tratando-se do âmbito educacional, será apresentada uma possibilidade para construção de um ensino mais criativo e crítico através do modelo de Escola Unitária, proposta por Antonio Gramsci.

Palavras-chave: Ensino de História; José Sarney; Biografia Política; Jornais.

 

O LEVIATÃ SOB OS OLHOS DE MINEMÓSINE: a Ditadura Civil Militar nas Trincheiras da Memória

Fábio Aquiles Martins De Alencar

Resumo: O objeto desta pesquisa compreende a Memória acerca da Ditadura Civil Militar Brasileira, apresentando-a como temática que arregimentou um considerável número de historiadores ao longo dos últimos anos, assim como grupos políticos que fazem uso do período de vigência desse regime de exceção para a defesa de seus respectivos posicionamentos políticos. Golpe, Ditadura, Censura, Repressão e Tortura, elementos tão presentes como identificadores desse período que se iniciou em 1964, sofrem a oposição de elementos como Revolução, Contragolpe, Crescimento, Disciplina, Segurança e Combate ao Comunismo daqueles que buscam ressignificá-lo. Ao conceber este trabalho como constituinte de uma guerra pela Memória intensificada nos últimos anos, buscamos possibilitar, também, nas próximas páginas, a apresentação de um conjunto de referências bibliográficas acerca do Golpe de 1964 e da consequente montagem de um Estado Burocrático-Autoritário a partir de Brasília e sua clara ramificação sobre o Maranhão, como a montagem de uma rede de vigilância contada por aqueles que a compuseram e de repressão por aqueles que a sofreram. Apresentado como constituinte de uma guerra pela Memória, este trabalho, visitado pelo tempo presente, traz considerações e questionamentos sobre o ensino da História como agente de preservação e fortalecimento da Democracia.

Palavras-chave: Ditadura Civil Militar; Estado Burocrático Autoritário; Memória.

 

O ATUAL MODELO ENERGÉTICO E A GESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL: uma análise a partir do caso da UHE-Estreito e os impactos socioespaciais em Carolina-MA

Jaciene Pereira

Resumo: Esta dissertação analisou a realidade socioespacial que se configurou após a construção da Usina Hidrelétrica de Estreito no município de Carolina no Maranhão, levando-se em consideração a concepção dos sujeitos simples que vivenciam as áreas que foram atingidas pelo enchimento do lago e abordando o modelo energético e a política ambiental no Brasil. Para tanto, partimos das perspectivas teórico-metodológicas e ideológicas marxianas, pensando a UHE no contexto em que se insere, as conjunturas, as dinâmicas e as contradições do capital existentes e seu lugar no mundo do desenvolvimento desigual e combinado. A usina foi construída para atender as demandas do capital internacional sob a face do Setor Elétrico brasileiro e da Dam Industry, o que resultou em restrições aos outros usos da bacia hidrográfica, provocando conflitos socioespaciais e dano ambiental irreversível, interferindo definitivamente na vida das populações cuja referência e vivência se baseava na presença do rio Tocantins.

Palavras-chave: Desenvolvimento, Hidrelétricas, Dinâmica Socioespacial, Maranhão

 

OS GOVERNOS DE FERNANDO COLLOR DE MELLO (1989-1992) E DILMA ROUSSEFF (2014-2016) ATRAVÉS DA MÍDIA NACIONAL: aproximação com o cotidiano escolar por meio do paradidático “Democracia Brasileira em Crise”

Joyce Cristine Silva Lopes

Resumo: O presente trabalho é um estudo sobre o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello (1992) e Dilma Rousseff (2016), identificando as semelhanças e diferenças entre os dois períodos históricos. Mais precisamente, analisa as principais características desses dois momentos, de destituição de um Presidente da República, através do jornalismo nacional e maranhense. Para tanto, serão analisadas obras que tratam sobre o tema com o intuito de entender a conjuntura política durante o governo do “Caçador de Marajás”, como ficou conhecido Fernando Collor durante a sua gestão, e da presidente Dilma Rousseff. A temática se justifica pela importância de se discutir os processos de impeachment na Nova República e pela necessidade de entendimento dos limites da democracia brasileira construída após o Regime Empresarial Militar. A partir da análise das reportagens e das fotografias veiculadas durante os referidos períodos, o estudo mapeou a crise da hegemonia, sob a perspectiva gramsciana, dos dois governos apontando as causas para o impeachment sofrido por Collor em 1992 e o Golpe enfrentado por Dilma Rousseff em 2016. Além desta dissertação, também foi elaborado um produto educacional (livro paradidático) voltado aos alunos da educação básica, que pretende levar para a sala de aula esta temática de modo mais simples e didático, usando jornais e fotografias divulgados nacionalmente durante os anos de 1990-1992 e 2014-2016 como fonte principal.

Palavras-chave: Ensino de História. Fernando Collor; Dilma Rousseff; Mídia; Paradidático.

 

ENSINO DE HISTÓRIA, CIBERESPAÇO E NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO: potencializando o ensino da Lei de Anistia através do “Acervo Digital da Luta pela Anistia no Maranhão”

Leonardo Leal Chaves

Resumo: Na perspectiva de aproximação entre os saberes acadêmico e escolar, este estudo se propõe a historicizar o processo de aprovação da Lei de Anistia no Brasil, em 1979, sublinhando, em diálogo com a historiografia, os embates presentes entre os distintos projetos de anistia que disputavam a definição dos elementos-chave da lei, analisando-os à luz de suas abordagens nas escolas da Rede Básica de Educação no Maranhão. Parte-se da hipótese que predomina nos livros didáticos adotados nas escolas de São Luís, que oferecem Ensino Médio regular e apresentam elevado número de oferta de vagas, a concepção de anistia como um instrumento de pacificação e conciliação nacional, em detrimento daquelas que são aqui consideradas suas marcas centrais: a reciprocidade (extensão da anistia aos agentes da repressão) e sua abrangência (exclusão dos condenados pelos “crimes de sangue”). A partir desse diagnóstico, deu-se a construção do Acervo Digital da Luta pela Anistia no Maranhão, considerado como poderosa ferramenta capaz de inserir no cotidiano escolar as múltiplas interpretações sobre a Anistia e reconfigurar a interpretação ainda predominante de uma anistia brasileira, problematizando sua caracterização como “ampla, geral e irrestrita” e manejando-a como um tema que possibilita potencializar a discussão acerca das graves violações dos direitos humanos, central para a formação de um aluno crítico e atuante no exercício de uma cidadania plena. Para tal, são objetos de investigação a historiografia sobre a Anistia, o conjunto da legislação que regulamentou a aprovação da Lei, os movimentos de sua revisão, as especificidades do processo de Anistia no Maranhão a partir da análise das publicações do jornal O Estado do Maranhão em 1979, os eixos legais das diretrizes educacionais brasileiras e as novas perspectivas analíticas proporcionadas pela aproximação entre pesquisa acadêmica, ensino de História e as novas Tecnologias de Informação e Comunicação. Como corpus documental, foram pesquisadas as principais obras no campo dos estudos históricos, a legislação que regulamentou a anistia e seus desdobramentos, a política educacional brasileira a partir da LDB de 1996, incluindo os PCNs-História do Ensino Médio, o Plano Estadual de Educação-Maranhão e a recém-aprovada Base Nacional Comum Curricular, os documentos do SNI, outrora classificados como sigilosos, e as publicações do jornal O Estado do Maranhão.

Palavras‐chave: Ensino de História; Lei de Anistia; Temas Sensíveis; Cibercultura.

 

PROJETOS DE EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO DA UEMA: Diagnóstico, aplicabilidade e desdobramentos

Lucas Carneiro Santos Veras

Resumo: Este trabalho tem como objetivo identificar as compreensões das ações de intervenção dos projetos de extensão da UEMA junto aos públicos-alvo sob a ótica do desenvolvimento social na área de educação. Apresenta-se um panorama legal e teórico-conceitual de extensão. Os procedimentos metodológicos deram-se mediante pesquisa bibliográfica, documental e de campo, por meio de vista in loco; de abordagem quantitativa e qualitativa; de caráter exploratório e descritivo. A perspectiva teórico-metodológica foi a Weberiana com releitura contemporânea de Thiry-Cherques. Os instrumentos de pesquisa foram questionários aplicados aos públicos-alvo dos projetos de extensão, e entrevistas realizadas com as Coordenadoras dos projetos da amostra e com a Coordenadora de Extensão da UEMA. A partir dos resultados, é possível dizer que a extensão, quando realizada sob a forma de projetos, pode provocar leituras e reações diferentes dos públicos-alvo, sobretudo de acordo com a forma que o projeto é levado ao público, e também quanto ao empenho dos extensionistas e quanto à abertura de espaço para o público interagir com o discente extensionista e vice-versa. Apesar da variedade das respostas dos quatro projetos não permitir traçar um tipo-ideal weberiano de interpretação dos discentes dos projetos, é possível verificar que a maior parte deles se sentiu beneficiado após o projeto, sobretudo no que se refere à valorização da busca pelo conhecimento, sem ignorar as respostas daqueles que criticaram os projetos para provocar reflexões sobre medidas de melhoria dos futuros projetos, é claro.

Palavras-chave: Desenvolvimento Socioespacial. Extensão Universitária. Políticas Públicas de Educação. UEMA. Projetos de Extensão.

 

HISTÓRIA, HISTORIOGRAFIA E IMPRENSA: Revisitando João Goulart através dos jornais maranhenses no cotidiano escolar.

Manoel Afonso Ferreira Cunha

Resumo: A seguinte pesquisa nasce de uma inquietação representada pelo fato de que o conteúdo relativo ao governo João Goulart existente nos livros didáticos é reproduzido de maneira bastante reduzida. Aliado a isso, têm-se ainda o reducionismo do processo de ensino-aprendizagem nas escolas, restrito apenas ao livro didático. Diante desse panorama, foi possível identificar um grande distanciamento entre a atualidade das discussões desenvolvidas sobre a História Contemporânea do Brasil dentro das universidades e aquilo transmitido nas salas de aula do Ensino Básico. Portanto, tal trabalho converge no sentido de unir essas duas lacunas ainda abertas, com o propósito de promover uma reconfiguração da prática pedagógica a partir da elaboração de uma proposta que alie Ensino de História e utilização dos jornais como instrumento de auxilio para professores e alunos em sala de aula.

Palavras-chave: Ensino de História; João Goulart; Imprensa.

 

A LUTA PELA TERRA EM SALA DE AULA: Ensino de História no Maranhão Contemporâneo e Produção do Paradidático “Terra Livre”

Mariana da Sulidade

Resumo: História e Ensino de História são caminhos que nem sempre se cruzam em sala de aula. A distância estabelecida entre os conteúdos presentes no livro de história e reflexão e produção do conhecimento histórico faz parte de uma invenção antiga que estabeleceu um fosso entre ensino a pesquisa. O presente trabalho objetiva refletir sobre a temática da luta pela terra presente no ensino de História da Educação Básica durante o Maranhão Contemporâneo (décadas de 1970 e 1980) e contribuir para a reconfiguração das práticas pedagógicas do Ensino de História na Educação Básica do Maranhão a partir da elaboração do paradidático Terra Livre voltado para os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. O paradidático objetiva ampliar as possibilidades de trabalho da temática sobre as lutas pela terra no Maranhão Contemporâneo em sala de aula, ressignificando assim, o saber escolar.

Palavras-chave: Educação; Paradidático; Luta pela Terra; Maranhão Contemporâneo.

 

O ENSINO DO NAZISMO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: Um diálogo entre História e Literatura através do paradidático O Holocausto Judaico

Priscilla Piccolo Neves

Resumo: O ensino do Holocausto judeu na Educação Básica constituiu-se no objeto central de investigação desse estudo. Partindo do pressuposto de que o tema ainda está presente no cotidiano escolar de forma desproporcional à sua importância histórica, está aqui sendo realizada a construção de um paradidático, voltado aos discentes e docentes, que se pretende como uma poderosa ferramenta pedagógica capaz de reconfigurar a forma como o tema tem sido abordado nas escolas. Como eixo condutor do paradidático, encontram-se as narrativas literárias produzidas por personagens históricos que viveram as perseguições nazistas e o cotidiano dos campos de concentração. Dentre as inúmeras obras, foram selecionadas O Diário de Anne Frank, É isto um homem? A Lista de Schindler: a verdadeira história. Assim, pretende-se aproximar a História e a Literatura, à luz das discussões das relações entre História e Memória. Também se encontra presente no paradidático, em uma linguagem adaptada aos discentes, as principais discussões produzidas sobre o Holocausto na academia, como forma de diluir o fosso que ainda separa o saber escolar e o saber acadêmico. No paradidático, assim, constam a cronologia da ascensão nazista até o Holocausto, trechos de especialistas no tema, documentos de época, fotos, mapas, charges, trechos das narrativas literárias e, por fim, em forma de encarte, propostas de atividades a serem realizadas em sala de aula, marcadas pela interdisciplinaridade.

Palavras-chave: Ensino de História; História e Literatura; Holocausto; Paradidático.

 

O ENSINO DE HISTÓRIA DO MARANHÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA: a abordagem da Oligarquia Sarneísta em sala de aula na escola municipal “UEB Luís Viana”

Raíssa Caroline Macau Mendes

Resumo: O Ensino de História exerce um papel fundamental nas dinâmicas educacionais contemporâneas. O processo de educação em sala de aula apresenta a complexidade nas inter-relações entre escola-professor-aluno, devido às diversas mudanças nos parâmetros educacionais e nos valores humanísticos presentes no cotidiano social. No Maranhão, a principal inquietação gira em torno do pouco conhecimento da trajetória histórica contemporânea das principais figuras políticas atuantes no estado maranhense, ou seja, um estudo mais consistente da História Local em sala de aula. Nesse sentido, a importância desta pesquisa, em primeira instância, reside na valorização da História do Maranhão, apresentando os aspectos e a trajetória da principal oligarquia atuante no Estado, a Sarneísta, e os resquícios de sua política nos setores sociais no território maranhense. Com os novos parâmetros educacionais vigentes, este estudo está pautado nas prerrogativas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Documento Curricular do Território Maranhense para os novos debates em sala de aula e os novos procedimentos no ensino de história. Assim, o objetivo deste trabalho é a construção do diagnóstico da educação maranhense e os procedimentos de ensino de história em sala de aula, tomando por referência a escola municipal UEB Luís Viana, instituição de Ensino Fundamental II. Metodologicamente, este estudo estará embasado na análise de dados fornecidos pelo INEP sobre os professores, do acervo documental da escola e na realização de questionários com o professor responsável pela disciplina de História e os alunos do 9º ano acerca da História do Maranhão. O produto educacional elaborado é um manual de apoio pedagógico voltado para o professor em que contempla a historiografia sobre as origens do Sarneísmo, o processo de construção de sua hegemonia no Maranhão e sugestões pedagógicas que podem ser utilizadas em sala de aula.

Palavras-chave: Ensino de História. História do Maranhão. Sarneísmo. UEB Luís Viana. Manual Pedagógico.

 

HISTÓRIA ECONÔMICA E O ENSINO DE HISTÓRIA: Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens como ferramenta de análise das relações econômicas no ensino básico

Werbeth Serejo Belo

Resumo: O ensino de História tem sido ponto de discussão em diversas instâncias acadêmicas. Várias questões tem sido debatidas, como: uso das fontes em sala de aula, a interdisciplinaridade, o papel do professor de história, introdução de elementos midiáticos no ensino de História, entre outros. Para além destas discussões, é perceptível que o ensino de História tem como base, hegemonicamente, a história política deixando em segundo plano a história cultural e a história econômica, destinando a estas algumas parcas páginas ou boxes explicativos em livros didáticos. Tendo percebido o lugar secundário destinado à história econômica este trabalho possui como objetivo central a elaboração do Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens a fim de subsidiar o ensino da história econômica na educação escolar. Além disso, este trabalho apresenta como objetivo secundário analisar como estão estruturados os temas econômicos nos livros didáticos partindo da hipótese que os temas econômicos são tratados de forma pouco crítica e sem relação direta com o modelo de Estado capitalista contemporâneo, sendo apresentados, assim, como diretrizes naturalizadas, isto é, como decisões governamentais que não tem relação com a defesa de interesses de classe ou de frações de classe. A metodologia adotada parte da concepção do materialismo histórico sustentado pelo marxismo, sobretudo pelas obras do próprio Marx e do filósofo italiano Antonio Gramsci, sobretudo no momento de análise dos conceitos econômicos. Para que este trabalho seja realizado tem-se como objetos de análise os dois livros didáticos das editoras que possuem maior tiragem de acordo como o PNLD/2017, a saber: a coleção História, sociedade & cidadania (2015) de autoria de Alfredo Boulos Júnior, editora FTD (730.53 livros) e a coleção Projeto Araribá – história (2014), editora Moderna (388.596 livros), de forma que estes livros didáticos sejam relacionados sobretudo com a legislação vigente em torno do ensino de História e possam ser a base de seleção dos conceitos e temas econômicos presentes no dicionário. Como demarcação cronológica deste trabalho tem-se os anos de 1945 a 2014. Essa demarcação é justificada pela reestruturação do Sistema Econômico Internacional ocorrida em 1945 após a Segunda Guerra Mundial que redimensiona as relações econômicas garantindo a hegemonia da fração financeira do capital e o ano de 2014 justifica-se por ser o último conteúdo apresentado em nível de Brasil nos materiais didáticos, período que será nomeado neste trabalho, portanto, como história econômica contemporânea.

Palavras-chave: Ensino de História; História Econômica; Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens.