TESES

FRENTISMO CULTURAL EM PROSA E VERSO: comparações, conexões e circulação de ideias entre comunistas brasileiros e chilenos

Carine Dalmás

Resumo: Esta tese analisa as relações dos comunistas brasileiros e chilenos com a literatura após a adoção do frentismo como diretriz do movimento comunista internacional, entre 1935 e 1948. Suplementos culturais de jornais partidários e revistas literárias ligadas ao Partido Comunista do Brasil e ao Partido Comunista do Chile foram tomadas como fontes de pesquisa. Identificamos propostas, projetos e colaboradores desses periódicos, cujas formulações demonstraram a preponderância do romance e da poesia como áreas que despertaram maior empenho de intervenção político-ideológica. O fundo antifascista da estratégia frentista contribuiu para a aproximação de expoentes culturais aos partidos comunistas e fez da imprensa partidária um espaço profícuo para a circulação de propostas literárias. Foi nesse período que Pablo Neruda se aproximou do Partido Comunista do Chile e que Jorge Amado promoveu os romances sociais brasileiros na América Latina. A maneira como as concepções literárias difundidas na imprensa partidária estabeleceram relações com uma perspectiva política comum, o frentismo, permitiu o estabelecimento de comparações e conexões políticas e culturais entre os comunistas do Brasil e do Chile.

Palavras-Chave: Brasil; Chile; Comunistas; Frentismo cultural; Historia comparada.

 

DO CARNAVAL CARIOCA À INVENÇÃO DA CARIOQUIZAÇÃO DO CARNAVAL DE SÃO LUÍS

Fabio Henrique Monteiro Silva

Resumo: A presente tese tem como enfoque a compreensão das razões pelas quais, durante a década de 1970, o Carnaval de São Luís passou a ser denominado de carioquizado. Prospectando memórias dos bambas do Rio de Janeiro e de São Luís, bem como observando as matérias de jornais dessas duas cidades, demonstramos que o Carnaval é uma festa universal e, por isso, o processo de mudança dessa festividade apresenta muitas similaridades, dentre as quais destacamos: o consciente processo de aceleração do samba, a verticalização das alegorias e as transformações rítmicas. Nessa perspectiva, o Carnaval do Rio de Janeiro foi comparado com o Carnaval de São Luís para que, a partir dessa comparação, pudéssemos elaborar o conceito de carioquização.

Palavras-Chave: Rio de Janeiro; Carnaval; São Luís; Carioquização.

 

REFORMAS NEOLIBERAIS NO BRASIL: a Privatização nos Governos Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso

Monica Piccolo Almeida

Resumo: Tomando como elemento estruturador a teoria gramsciana, esta tese se propõe a repensar o processo de introdução das reformas neoliberais no Brasil. Predomina aqui a concepção que privilegia as disputas entre os distintos projetos das frações da classe dominante que se encontravam no comando dos principais agências definidoras da política econômica brasileira: o Ministério da Fazenda, o Ministério do Planejamento, o Banco Central e o Banco do Brasil. Parte-se da hipótese central de que embora os dois projetos de privatização aqui analisados tenham sido realizações do Governo Collor e do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, as origens do processo legitimador e explicativo para que tais projetos pudessem se realizar no Brasil dos anos noventa serão investigadas nas décadas anteriores, mais especificamente no período pós 1964. Assim, este estudo recua no tempo para tentar reconstituir os (des)caminhos das políticas públicas no Brasil ao longo desses dois governos. Em outras palavras, revisitar o contexto brasileiro dos governos militares (1964-1985) e do primeiro civil, Governo José Sarney (1985-90), com o objetivo de investigar os mecanismos que possibilitaram a consolidação hegemônica do discurso e das práticas neoliberais que se traduziram em uma reconfiguração das relações entre Estado e sociedade. Nesse processo, serão objetos de investigação os distintos projetos que conduziram a política econômica brasileira cujo desenlace foi a transformação do ideário neoliberal e, principalmente, a privatização em agenda de governo nos anos noventa.

Palavras-Chave: Privatização; Neoliberalismo; Antonio Gramsci; Governo Collor; Governo Fernando Henrique.