I Simpósio

 

O Núcleo de Pesquisa e História Contemporânea (NUPEHIC/UEMA),  o Laboratório de Estudos sobre os Militares na Política (LEMP/UFRJ), o Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sócioespacial – Regional (PPGDSR – UEMA) e o Programa de Pós-Graduação em História, Ensino e Narrativas (PPGHEN/UEMA) promovem o II COLÓQUIO INTERNACIONAL I SIMPÓSIO EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA: O COLAPSO DAS DITADURAS: Rupturas e Continuidades que pretende contribuir para debate que tem sido levado a cabo sobre a natureza dos regimes políticos não democráticos do segundo Pós-Guerra, e suas transformações, por colapso ou auto reforma. Às vésperas de completar-se meio século da deflagração do movimento político-militar que derrubou o presidente João Goulart em 1964, há uma ampla vivência coletiva, precipitada pela operação golpista, cuja significação histórica está ainda por ser conhecida em profundidade. O prolongado regime ditatorial então iniciado caracterizou-se por uma complexa combinação de violência – que preparou o terreno para a imposição de novas formas de dominação – e ação estruturante – que modificou o panorama político, econômico e social brasileiro. A unificar os dois planos, a defesa inconteste dos interesses do grande capital internacional, tornado protagonista interno do cenário brasileiro nos idos da década de 1950.
Já de muito, esse processo histórico vem sendo examinado com lupas de variadas perspectivas ideológicas e analíticas. Em especial, quando se completaram 30 e 40 anos do golpe, alguns eventos acadêmicos e iniciativas jornalísticas provocaram discussões em torno do tema. Nos cursos de pós-graduação do país, vem aumentando significativamente o número de trabalhos sobre o golpe e a ditadura. O mesmo não se pode dizer, contudo, das pesquisas voltadas para a transição de regime operada no Brasil a partir de meados da década de 1970. A recente onda de estudos sobre a anistia de 1979 e a “justiça de transição” toma o processo político transicional apenas como pano de fundo ou, quando muito, o conecta muito superficialmente com o regime democrático vigente no país.
Em outubro de 2012, o Colóquio Internacional O Colapso das ditaduras – Sul da Europa, América Latina, Leste Europeu e África do Sul, realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, colocou em tela o problema histórico da transição. Agora, o II Colóquio Internacional/ I Simpósio em História Contemporânea: O Colapso das ditaduras irá ocorrer na Universidade Estadual do Maranhão como forma de promover a inserção das regiões norte e nordeste no país nas discussões que têm ficado mais concentradas no eixo sul e sudeste do país. Assim, propõe-se avançar no exame das transições de regimes ditatoriais. Pretende-se que sejam lançadas novas luzes sobre as especificidades históricas das regiões norte e nordeste e os trabalhos então desenvolvidos nessas áreas terão no II Colóquio/ I Simpósio um profícuo canal de publicização, integrando um balanço da medida em que as transições importaram em rupturas e continuidades com as ditaduras. Como as estruturas econômicas, sociais e ideológicas das atuais democracias pós-ditaduras reproduzem e/ou superam as matrizes do regime político anterior. Como as classes sociais e seus representantes atuam na cena política de maneira a defender interesses materiais e simbólicos que se tornaram hegemônicos graças ao período ditatorial – mediante métodos associados tanto à ditadura como à democracia. Enfim, como os regimes democráticos vigentes nas sociedades pós-ditatoriais podem, como uma lanterna de popa, iluminar o significado histórico das ditaduras e, como um farol de proa, apontar tendências nas atuais configurações políticas.
Com esse espírito, o II Colóquio Internacional /  I Simpósio em História Contemporânea : O Colapso das ditaduras aceitará propostas de comunicações sobre transições e regimes pós-ditaduras referentes a processos nacionais pós-Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Poderão versar sobre estratégias e mecanismos políticos, modelos econômicos, papel das classes e categoriais sociais, perspectivas explicativas, discussões teóricas e historiográficas, conexões entre formas de enfrentamento das atuais crises econômico-financeiras etc.